terça-feira, 24 de março de 2009

HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM II

HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM
PARTE II
Compilado do Livro de Leo Ruberman
Sacerdotes, Guerreiros e Trabalhadores
Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do comércio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos. Surge, portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo.
Durante anos o camponês se havia resignado à sua sorte infeliz. Nascido num sistema de divisões sociais claramente marcadas, aprendendo que o reino dos Céus só seria seu se cumprisse com satisfação e boa vontade a tarefa que lhe havia sido atribuída numa sociedade de sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, cumpria-a sem discutir. Mas a situação se modificara. O mercado crescera tanto que qualquer colheita superior às necessidades do camponês e do senhor poderia ser vendida, e o camponês poderia obter dinheiro.
O Senhor estava pronto a trocar o trabalho do servo por dinheiro. Havia muito tempo que o Senhor percebera ser o trabalho livre mais produtivo que o escravo.
Porém houve Senhores que não quiseram dar liberdade a seus servos. A Igreja liderou um movimento de libertação apoiando os Senhores, pois foi contrária a emancipação.
Os camponeses não se limitavam a fazer queixas enérgicas, invadiam as propriedades da Igreja, lançavam pedras nas janelas, derrubavam portas e espancavam padres. Freqüentemente eram ajudados nisso pelos burgueses das cidades.
Foi em vão, a luta dos senhores obstinados e da Igreja contra a emancipação. A pressão das forças econômicas foi grande demais para resistir. A liberdade chegara.

A Peste Negra foi um grande fator para a liberdade. A Peste Negra matou mais gente na Europa, no século XIV, do que a I Guerra Mundial.
Com a morte de tanta gente, era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos. Trabalhadores podiam pedir e receber mais pelo seu trabalho. O preço do trabalho aumentou em 50% em relação ao que fora antes da Peste Negra. Isso significava que um Senhor cujo dinheiro recebido de arrendamento lhe permitia pagar trinta trabalhadores, só podia pagar então vinte.
Transações que haviam sido raras na sociedade feudal tornaram-se habituais. Grande número de camponeses teve liberdade de se movimentar, e vender ou legar sua terra, embora tivesse que pagar uma importância para isso. O fato de que a terra fosse assim comprada, vendida e trocada livremente, como qualquer outra mercadoria, determinou o fim do antigo mundo feudal. Forças atuando no sentido de modificar a situação varriam toda a Europa ocidental, dando-lhe face nova.

A Indústria também se modificara. Anteriormente o camponês derrubava a madeira, preparava e confeccionava os móveis em sua própria casa, os artesãos tosquiavam as ovelhas, fiavam, teciam e costuravam as roupas. Mas agora, existiam as grandes produções que exigiam locais apropriados e contratação de mão-de-obra.
Até mesmo o fabricante caseiro, já tinha necessidade de contratar pelo menos dois ajudantes ou jornaleiros. Os aprendizes eram jovens que viviam e trabalhavam com o artesão principal e aprendiam o ofício. O aprendiz aprovado no ofício e que tinha recursos podia abrir sua própria oficina. Eles formação corporações próprias.
As corporações na Idade Média eram diferentes. Todos os que se ocupavam de um determinado trabalho – aprendizes, jornaleiros, mestres artesãos – perteciam à mesma corporação.
Foram criados estatutos em 1346, mas não existiam leis sobre patente.
continua ...

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