segunda-feira, 29 de abril de 2013

SAUDADE


O barulho do avião que passa rasgando os azuis e brancos
Lembra-me que a distância que aproxima
é a mesma que afasta
E num instante o barulho cessa.
E sinto saudades ...
Olho para o retrato que fala comigo
E retruco algo sem sentido.
Num diálogo mudo meu estômago retrai
Sem cerimônia meus olhos buscam sinais
E degustam com prazer cada linha que se mostra
E sinto saudades...
Em silêncio me afasto e percebo
Que o tempo, esse que nos amarrota
Impaciente já se foi, levando a luz do dia
O tempo e a distância dançam juntos a música
Que só eu posso ouvir.
E nesta rota, voam meus pensamentos cor de rosa...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

ACORDEI...




O que aconteceu enquanto eu dormia?
O mundo parou? Alguém morreu? Quem foi que gritou?
Em que lugar estive? 
A quem visitei?
Acordei descrente e sem esperança
Onde foi que minha alma se escondeu?
Nada é nada e tudo nada é
Estou vazia, divorciada de mim
E mesmo assim,
Sendo um lapso no tempo
Um intervalo
Absoluta
Relativa
Meio assim, no meio do meio do começo do dia
Sem saber se vivo ou se esse mundo existe
Sinto-me estranhamente normal.