quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

INVISÍVEL

Não me encontro dentro de você
Encontro você dentro de mim
E isso não me completa
Mesmo sendo no mesmo contexto

Cuspo palavras suas que comi
Sou antropofágica por isso?
Testo meus limites na covardia
E desapareço no meio do caminho

Desaprendi o derrubar portas e paredes
Ando meio confusa
Camuflada, discreta
Não chego a lugar algum...
Dizem que é bom quebrar as regras
Mas e aí? Cacos ...

Corto os cabelos e nada muda
Procuro olhares profundos
Não encontro nada neste mergulho
Olho os olhos e o castanho é escuro
Sou reflexo
Sou o sentimento, sou o movimento
Sou a observação
Sou a letra
Sou hóspede indesejada
Estou no quarto ao lado

Sou a próxima

terça-feira, 26 de novembro de 2013

SANGRANDO

Não gostaria de ser a causadora de tantas dores
Essas que afetam tão profundamente a alma que
Lágrimas escorrem sobre as faces mesmo sem serem solicitadas
Tão displicentes
Tão atrevidas
Porque o coração aperta de tal forma
Os pensamentos giram e percorrem caminhos
Caminhos desconhecidos e imaginados
O sangue circula tão vermelho e tão negro
Arde nas veias e queima por dentro
O coração explode, não aguenta
E a mente diz que não
O braço deve estar erguido
As luvas bem ajustadas
Cuide para não ser atingido
Mesmo assim a proteção falha
E um soco atinge o alvo em cheio, jogando lágrimas, suor e sangue
Para todos os lados
Um turbilhão, um furacão, um tsuname
E a voz ...... mantem o veludo conselheiro
A vida é um palco de coadjuvantes
É quando o sonho acaba.

Queria não sofrer tal dor.



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CONHECENDO

Dando é que se recebe
A máxima da vida
Realmente funcional
Involuntário muitas vezes no dar e receber
Ou quem sabe é calculado assim.
  
Lentamente vem a  percepção
Inconsciente...na forma e no ser
Rituais de falares, de posturas, de gestos
Algumas incoerências comportamentais

Disfarces talvez, mas vem a tentativa de acreditar
Alcançar o objetivo secreto:
Reter no coração os melhores momentos
Incontroláveis lembranças que chegam a todos os momentos
Ouvir os  instintos não faz parte do plano. Tudo é fugaz

Ler nas entrelinhas
Inaceitáveis verdades que o coração faz saber, quando
Recolhidas das retinas espremidas
A fitar com ironia  ou com uma pitada de malícia.

De uma semente tão pequena
A palavrinha mágica: oi
Rendendo uma árvore tão frondosa
Imensurável em sua frutificação
Ornando um coração


Lentas vão descendo pelas faces
Involuntárias lágrimas que de tão salgadas, deixam
Rastros esbranquiçados e,
Alcançam o resto do corpo com seus grossos pingos

De certa forma a lembrança remete
Às folhas que vão caindo
Regando o chão de folhas descoloridas
Inventando um novo tapete
O tapete do que já não é mais

Luta constante, com todas as forças
Invencibilidade  querida. Fortaleza querida.
Rasgada por dentro, sem esperança no tempo
Ainda respirando, ainda vivendo

Dura é a ira que sentida
Ao se ver  ignorada ou dividida
Rei que se sente
Invencível que se acha
Outra batalha que ganha

Lamentável que seja assim
Infelizmente que seja assim
Realizável assim
Assim seja

Daria todo o tempo disponível
Atualizaria todo o tempo disponível
Recordaria todo o tempo reconhecido
Irremediavelmente perde
Olhando o tempo, as folhas que secaram

Lindas folhas verdes que se foram
Instantes levados suavemente pelos ventos
Reconstruindo a fertilidade da terra que,
Algum dia retomará o que pertence.

 
lanif o arap iexieD
esarf amitlú A
asoicerp, aciR
levátsetnocnI
odidnetne iof áj euq  ies euq  O

oãçneta  moc aieL
ivercse  euq ossI
resiuq es aiR
:uidep euq o átse iuqA

DARIO LIRA

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

VELHAS PALAVRAS

E o adeus sem palavras
Sabido no instante da chegada...
Acho que não sou amável
Acho que não sou “querível”
Talvez só desejável...
Sinto um gosto horrivelmente amargo                              
Na vida que bebo.
Se alguém perde, sempre sou eu
E fico sem chão
E a perda se torna tão grande
Que se torna um perdão
Então, sempre quem tem o perdão
Também sou eu.
E além de perder tenho que dar.
Irônico.
Minhas chances de sucesso
Não aumentam com as tentativas
E, surpresa! Acredito em palavras
Palavras não são apenas letras e significados
São providas de pés e de asas
Andam, correm, voam
São setas atingindo alvos
E, surpresa! Acredito em sentimentos de amor
Mesmo seguidos de delírios
E trocas de fluidos orgânicos.

.............. eu não mudo, eu não aprendo...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DE REPENTE...

AO TOCAR UM ROSTO
DEIXAMOS IMPRESSAS NOSSAS DIGITAIS.
AO OLHAR NO FUNDO NOS OLHOS
GRAVAMOS A PESSOA EM NOSSAS RETINAS.
SÃO MOMENTOS ÍNTIMOS E DELICADOS,
QUANDO SENTIMENTOS PRECIOSOS,
INCONTIDOS TRANSBORDAM

E SE REVELAM UM NO OUTRO.

SÃO SENSAÇÕES DIGITALIZADAS.
SÃO SENTIMENTOS GRAVADOS.
E COM UMA PALAVRA,
EM UM INSTANTE, TUDO ACABA...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TERRA ESTRANHA


Sei que nem sempre escolho as melhores palavras
Nem sempre escolho o melhor momento
Nem sempre faço o que tenho que fazer
Mas cuido para acertar.
Quando alguém abre as portas do coração
Há de se ter certeza se o melhor é entrar
A vida não é um jogo
Uma outra história acontece do lado de dentro.
São vícios e virtudes
Desejos e realizações
Conhecimentos e buscas
E nos caminhos percorridos e guardados
Neste mundo-coração que se expõe
Tudo é tão dramaticamente importante
Como engravidar o coração alheio com sua própria vida
E gravitar neste universo como estrela
E não há idioma que traduza a linguagem das estrelas
Não há um idioma que traduza a linguagem do coração.
E na dúvida, penso sempre

Que o melhor é ficar de fora e deixar de fora.
                Estabelecer este limite protetor.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

RECONHECIMENTO

Não há erros.
Não há desperdícios.
Só aproveitamentos
Não são horas.
São momentos
Não são tristezas.
São truques
São disfarces
São acordes, são acertos

    Já abri mão dos projetos magníficos
    Já acordei para as conquistas de metas irrealizáveis
    Já abdiquei das certezas
    .... e me expandi! Hoje, sou mais.



PORTAS


Doçura e beleza
Coisas que se 
completam
Uma flor, uma flor
Uma delicadeza no campo
          Portas pintadas
Não me importam as portas pintadas
Quero encontrá-las abertas
Às vezes é preciso partir
Às vezes é preciso ficar
Há doçura dentro
Há beleza fora
  

             É tudo tão completo!
                       ir  /  v - ir

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ontem eu não era nada
Assim como nada sou hoje
Apenas sou o que sou
Sou como o Eterno me criou
Nunca fui inteligente
Essa inteligência que se supõe
Sou o suficiente
Hoje, estou longe da sapiência
São tão pequeninas coisas
Perfeitas miudezas vivas
Que nem de longe consigo compreender
Não quero mudar o mundo
Na verdade, nunca quis
Não quero mudar a mim mesma
Na verdade nunca quis
Quero ser o que sou
Como o Eterno me criou: suficiente
Suficiente para estar nesta jornada
Melhorando... melhorando
Evoluindo na Palavra.
Não espero que o mundo me ame
Basta para mim
Que EU ame o mundo.
E que o Eterno me ame.

Amo meus amigos e gostaria de ser amada
Perdoo a todos os deslizes e gostaria de ser perdoada.
Meu coração ao contrário dos demais
Não é grande
Meu coração é pequeno, não há espaço para coisas ruins

Só há espaço para coisas boas.

                                  Lígia Costa

terça-feira, 9 de julho de 2013

AMIGO



MEU AMIGO QUERIDO
NÃO IMPORTA QUÃO LONGE VOCÊ ESTÁ
NÃO IMPORTA O QUE TEM
NÃO IMPORTA O QUE NÃO TEM
VOCÊ ESTARÁ NO MEU CORAÇÃO PARA SEMPRE
MEU AMIGO QUERIDO
NÃO IMPORTA SE VOCÊ É POBRE OU RICO
NÃO IMPORTA SE VOCÊ É ERUDITO
NÃO IMPORTA SE É POETA
NÃO IMPORTA O QUE NÃO É
VOCÊ ESTARÁ NO MEU CORAÇÃO PARA SEMPRE
MEU QUERIDO AMIGO
UM DIA NOSSOS CAMINHOS SE ENCONTRARAM
E É ISSO O QUE IMPORTA.
NOSSOS ESPAÇOS NÃO SÃO OS MESMOS
NOSSOS PROJETOS NÃO SÃO OS MESMOS
NOSSAS EXPERIÊNCIAS NÃO SÃO AS MESMAS
NÃO IMPORTA NADA DISSO
VOCÊ ESTARÁ NO MEU CORAÇÃO PARA SEMPRE
MEU QUERIDO AMIGO
NOSSAS FOTOGRAFIAS E NOSSAS LEMBRANÇAS
SÃO DE TEMPOS DIFERENTES
DE TEMPOS PASSADOS
APAGARAM-SE OS SORRISOS E AS LÁGRIMAS
NESTE TEMPO DISTANTE
MAS NADA DISSO IMPORTA

VOCÊ ESTARÁ SEMPRE NO MEU CORAÇÃO.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

VIOLAÇÃO!



Olhando para o  céu tão claro
Maquiado de linhas alvas
Meu coração se faz inverno
Porque fazem assim?



Que ironia! O que me despedaça não são trevas.
Sobrevivente nesta morte lenta e invisível
Sou vencida
Acabou meu paraíso
Tão perfeito azul.

Olhos e muitos olhos metálicos nos céus me vigiam os passos
Minha vida sob controle.
Sou detenta, prisioneira
E estou detestando este momento
Tão frágil, tão manipulável, tão impotente
O que mais importa?
Onde está o sentido? É o fim!

ACHO QUE QUERO OUVIR UMA MÚSICA DE AMOR!

                                                                                                             Foto de Dario Lira

quinta-feira, 16 de maio de 2013

CARTAS


Pensei em escrever para você
Uma carta de saudades
Que só terminariam quando te encontrasse
Um mar afogou minhas palavras
Que se dissolveram e morreram no papel

Pensei em escrever para você
Uma carta de amor
Um amor que aumentaria quanto te visse
Uma onda de ansiedade riscou minhas palavras
Que se perderam no grafite e no papel

Pensei em escrever para você
Uma carta de encontro
Um encontro que nos uniria ao nos tocarmos
Uma onda de medo me calou
E o papel ficou em branco.

Mar e ondas de lágrimas
Estou em cheia
Minha maré de lembranças
Papel, músicas e poesias...

sábado, 4 de maio de 2013

Estou pisando de mansinho
Andando devagarzinho
Não quero despertar nenhum monstrinho
Ando pensando na vida.

Vou te contar um segredo...
As vidas secretas que temos
Essas ocultas no eu
Dialogam em seus estranhos encontros
E se expõem aos que sabem ler,
mesmo sem querer
Por isso estou andando de mansinho
Pensando na vida
Não quero despertar esses monstrinhos.

Vou te contar um segredo...
É um desafio constante
Buscar nas janelas o querido
Que sendo buscado não sente
Nem alcança o beijo soprado
Então preocupada com a vida
Ando bem levinho
Para não despertar os monstrinhos

Vou te contar um segredo...
Mesmo na leveza dos passos
Ousada me arrisco e me lanço
Sem rimas, sem cordas, sem rumo
Solta, utópica, entregue
Andando devagarzinho
Andando de mansinho
Andando levinho
Para não despertar os monstrinhos
Que me impediriam de contar o secreto
Que me impediriam de dizer bem baixinho
Amo o amor que sinto!


segunda-feira, 29 de abril de 2013

SAUDADE


O barulho do avião que passa rasgando os azuis e brancos
Lembra-me que a distância que aproxima
é a mesma que afasta
E num instante o barulho cessa.
E sinto saudades ...
Olho para o retrato que fala comigo
E retruco algo sem sentido.
Num diálogo mudo meu estômago retrai
Sem cerimônia meus olhos buscam sinais
E degustam com prazer cada linha que se mostra
E sinto saudades...
Em silêncio me afasto e percebo
Que o tempo, esse que nos amarrota
Impaciente já se foi, levando a luz do dia
O tempo e a distância dançam juntos a música
Que só eu posso ouvir.
E nesta rota, voam meus pensamentos cor de rosa...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

ACORDEI...




O que aconteceu enquanto eu dormia?
O mundo parou? Alguém morreu? Quem foi que gritou?
Em que lugar estive? 
A quem visitei?
Acordei descrente e sem esperança
Onde foi que minha alma se escondeu?
Nada é nada e tudo nada é
Estou vazia, divorciada de mim
E mesmo assim,
Sendo um lapso no tempo
Um intervalo
Absoluta
Relativa
Meio assim, no meio do meio do começo do dia
Sem saber se vivo ou se esse mundo existe
Sinto-me estranhamente normal.

quinta-feira, 21 de março de 2013

SIMPATIA E ANTIPATIA




E na pausa para um cafezinho
Um pensamento insiste em me rondar
Estou alerta! De prontidão como um cão!
Que droga!...  Duas metades mentirosas?
A banda podre e  O outro lado.
Porque essa comparação?
Amor,  simpatia....  e antipatia?
A capa do livro! É isso! A capa!
Esta, como a que esconde a identidade secreta do Super Herói!
Não! Não! E Não e mil vezes Não.
Quem quer um amor de mentira
Ou uma poesia fake?
Olho para a foto do poeta e para meu cafezinho.
Cismando...
Beberico mais um golinho
No copinho branco, descartável
Sinto o seu aroma e sabor
Igual seria se estivesse numa xícara de porcelana
Claro que ali, seria mais sofisticado
Mas não menos valoroso
O conteúdo continuaria café!
Há xícaras que são como copinhos de plástico
Há copinhos de plástico que são como xícaras de porcelana fina
Mas o conteúdo se tiver? Este será o mesmo café
Ora estará forte, ora estará quente
Ora estará fraco, ora estará frio
Ora estará doce, ora estará amargo
Será sempre o cafezinho que acompanhará
O dia que amanhece ou um intervalo que se faz necessário
E a simpatia deste cafezinho que grita seu perfume
Que convida a prová-lo, que se oferece quente
Porque me pareceria falso?
Na garrafa térmica ainda tem mais...
O amor não acaba nunca!
O amor é lindo, mesmo para aqueles que acham
Que o que estraga é a falsidade
Simpatia, antipatia e falsidades são comportamentos
Amor não, é sentimento!
E, algumas pessoas são tão especiais que tocam a nossa vida

Não podemos negar.
                                                  Ligia Costa